Martin Scorcese, que até então era conhecido e apontado como o eterno diretor de filmes de gângsteres, o que era uma incômoda injustiça considerando trabalhos como O Aviador, Kundun e New York, New York, mostra todas as suas qualidades num filme que não possui um tema 100% adulto. Sabendo também que ele é um dos mais célebres historiadores, críticos e pesquisadores do cinema fica mais do que explicado que seu primeiro filme em 3D seja a adaptação de um premiado livro que nos remete ao passado.
Hugo (Asa Butterfield) é um
jovem órfão que durante os anos 1930, vive escondido na Paris Nord,
gigantesca estação de trem francesa. Esgueirando-se por passagens
secretas, o garoto cuida dos gigantescos relógios do lugar, enquanto
tenta encontrar as peças corretas para fazer funcionar o autômato movido
a corda, herdado de seu pai (Jude Law), um relojoeiro morto em um
trágico incêndio. Levado a cometer pequenos furtos para sobreviver, numa destas
ocasiões é supreendido por George (Ben Kingsley), o rabugento
proprietário de uma lojinha de brinquedos, que ameaça entregá-lo ao
inspetor da estação (Sacha Baron Cohen). O que Hugo
nem desconfia é que o sujeito, na verdade, é o cineasta George Méliès, e
possui uma forte ligação com o robôzinho deixado por seu pai.O bonito longa é uma mistura de gêneros, temos ao mesmo tempo um pouco de aventura, fantasia, ação, comédia, romance, drama e até mesmo documentário. E isso tudo funciona numa perfeita harmonia, graças a excelente direção de Scorsese e a edição e montagem que são muito bem trabalhadas. Hugo é uma adaptação do livro homônimo de Brian Selznick e nos traz uma linda homenagem ao cinema e principalmente a um de seus precursores, o grande George Méliès. Outros pontos interessantes do filme, são a correção de um equívoco histórico, pois muitos consideram e apontam Thomas Edison como o responsável pela criação do cinema, e no longa fica claro que os verdadeiros criadores foram os irmãos Lumière, além disso nos é mostrado como na década 1890, já eram usados efeitos tridimensionais.
Agora o que mais me emocionou no filme foi a homenagem, o agradecimento, feito a George Méliès, este que foi um dos maiores cineastas da história, além de grande mágico e ilusionista. E para nós do Cinefolândia foi especial, pois o primeiro post (Filme nº1 - Viagem á Lua) deste blog foi sobre o filme número 1 do livro 1001 Filmes para ver antes de morrer, que é nada mais nada menos o Viagem á Lua do próprio George Méliès. Desde aquele momento, principalmente depois de assistir Viagem á Lua e estudar sobre a sua origem e a vida de seu criador, nos encantamos com este cineasta e sua história, e por isso foi tão gratificante acompanhar a viagem que Martin Scorsese nos remete em a Invenção de Hugo Cabret.
Nota Final: 9,0








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