Quem gosta de clássicos filmes de terror provavelmente gostará de "A Mulher de Preto", pois ele se aproxima muito ao estilo que consagrou a produtora Hammer Films na metade do século XX. Para quem conhece os filmes da produtora, que voltou a ativa em 2007 com novos lançamentos, sabem que os terrores góticos, com locações sombrias, mansões mal assombradas, cemitérios em jardins, brinquedos aterrorizantes e cadeiras de balanço que se movem sozinhas, são suas marcas registradas. E é isso que acaba nos agradando mais neste filme, a retomada desses valores clássicos, visto que o tema "fantasmas" já é um tanto quanto batido. Baseado no livro "Woman in Black", de Susan Hill, A Mulher de Preto conta a história do jovem advogado e pai viúvo, Arthur Kipps (Daniel Radcliffe), que foi designado a viajar até um vilarejo para regularizar a documentação de uma mansão abandonada. Chegando lá ele é recebido com certa hostilidade pelos moradores locais, exceto pelo esclarecido Sam (Ciarán Hinds) que acaba o ajudando. Tudo ocorre bem até que Kipps começa a ter uma série de visões terríveis que passam a perturbá-lo durante o seu trabalho, o que acaba o forçando a investigar esses acontecimentos, onde ele descobre uma terrível maldição do passado que tem como vítimas crianças inocentes.
Com direção de James Watkins (Eden Laken) e roteiro de Jane Goldman (Kick-Ass - Quebrando Tudo), A Mulher de Preto é um filme com uma trama fácil, com bons sustos básicos, com uma trilha muito boa que é da responsabilidade de Marco Beltrami, indicado ao Oscar por Guerra ao Terror e Os Indomáveis. Além disso a ambientação é muito boa, vemos uma Inglaterra sombria, com uma névoa assustadora, sem contar com o pouco tom de cores vivas onde o destaque fica por conta dos azul e cinza, o que faz com que o clima fique um tanto quanto melancólico e mais sombrio. Outro ponto interessante deste filme, e da maioria dos clássicos Hammer, é o choque de comportamentos, o protagonista na maioria das vezes é da cidade grande e ele sempre olha com um certo ceticismo as crenças das pessoas do campo, colocando a lógica sempre a frente para resolver o inexplicável.
Os pontos negativos deste filme são a obviedade da trama, o que torna a história demasiadamente simples, a direção é um tanto quanto frouxa, além do roteiro possuir alguns pequenos furos. Outra coisa que me deixou extremamente frustado foi a escolha do dublador para o Daniel Radcliffe, pasmem senhoras e senhores, escolheram o mesmo cara que faz a voz dele no Harry Potter. Na minha opinião ele até que se saiu bem no papel de Arthur Kipps, conseguiu desvincular um pouco sua imagem a do personagem de Harry Potter, só que quando ele abre a boca e sai aquela voz fica difícil não ligar um ao outro, por mais que as pessoas tentem. Por fim, Radcliffe tem muito a crescer e melhorar pois ainda não é o grande ator que gostaríamos que fosse.
Nota Final: 7,0
FICHA TÉCNICA
Diretor: James Watkins
Elenco: Daniel Radcliffe, Ciarán Hinds, Janet McTeer, Lucy May Barker, Emma Shorey, Molly Harmon, Sophie Stuckey,Misha Handley
Produção: Richard Jackson, Simon Oakes
Roteiro: Jane Goldman, baseado na obra de Susan Hill
Duração: 95 min.
Ano: 2011
País: Reino Unido
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Paris Filmes
Estúdio:
Alliance Atlantis Communications / Hammer Film Productions
Classificação: 14 anos







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